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O que provocou esta guerra?

Cada tiro tem uma causa e cada causa tem outras causas...

Historical and Investigative Research - 23 de julho de 2006
por Francisco Gil-White

http://www.hirhome.com/israel/hezbollah3_pt.htm

[ translation: Alexandre Eisenberg ]

   
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Há algo curioso no atual conflito que grassa na fronteira norte de Israel com o Líbano: o conflito começou em Gaza, na fronteira sul.

No início deste mês, dia 5 de julho, o Jerusalem Post nos reportava o seguinte:

“As Forças de Defesa de Israel (IDF) colocaram a fronteira norte com a Síria em estado de alerta por esperarem um possível ataque por parte do presidente sírio Bashar Assad em resposta a um recente sobrevôo rasante da Força Aérea Israelense sobre o seu palácio.

Oficiais do IDF [Forças de Defesa de Israel] confirmaram na terça-feira que o exército sírio também foi colocado em alerta máximo para a possibilidade de atacar Israel com força, caso Israel resolvesse tomar mais medidas contra Damasco por conta do seqüestro do Capitão Gilad Shalit na Faixa de Gaza.

Até o momento não se sabe qual seria a natureza do contra-ataque [sírio], mas alguns oficiais disseram que poderia ser um ataque com mísseis sobre instalações do IDF ou comunidades do norte. Outra possibilidade, segundo fontes militares, seria a Síria usar seu representante -- o Hizbollah no Líbano -- para atacar Israel”.[1]

E o Hizbollah realmente atacou. Temos então o que parece ser a seguinte série de provocações que resultaram no atual conflito:

1) Os terroristas do Hamas raptaram um soldado israelense na Faixa de Gaza;

2) Israel reagiu buscando atingir os patrocinadores do Hamas na Síria;

3) A Síria ordenou que o Hizbollah atacasse Israel;

4) Israel retaliou.

Qual é a ligação entre os pontos 1 e 2 acima? Por que Israel teria reagido contra a Síria diante do rapto do soldado israelense Gilad Shalit? O mesmo artigo do Jerusalem Post explica:

“Na semana passada quatro caças da Força Aérea Israelense (IAF) fizeram vôos rasantes sobre a residência de verão de Assad, em Latakia, Síria, para pressioná-lo a convencer o líder do Hamas em Damasco, Khaled Meshaal, a soltar Shalit [Damasco é a capital da Síria]. Altos oficiais da defesa disseram na terça-feira que Israel consideraria tomar medidas adicionais contra a Síria como parte de seu esforço de salvamento do soldado raptado”.

O que apreendemos disto é que a organização terrorista Hamas, que controla a Margem Ocidental, responde a comandos vindos da Síria.

Portanto, os ataques oriundos de Gaza são também ataques sírios. E há quem diga inclusive que o Hamas e o Hizbollah são profundamente interligados, já que “o Hizbollah treina as fileiras do Hamas”.[2]

Podemos então estabelecer a seguinte seqüência de eventos: um dos cãos de ataque genocidas da Síria, o Hamas -- voltado para a destruição de Israel -- provoca Israel de modo que Israel reaja contra o patrocinador do Hamas, a Síria. A Síria então usa a reação israelense como desculpa para soltar o seu outro cão de ataque, o Hizbollah -- um outro grupo terrorista voltado para a destruição de Israel via genocídio -- na fronteira norte de Israel.

Se olharmos um pouco mais para trás na história, mas não muito, teremos então uma seqüência de eventos interligados mais completa:

1) Israel se retirou de Gaza;

2) Novos ataques terroristas contra Israel foram lançados de Gaza e vêm só aumentando em número desde então;

3) Os terroristas do Hamas raptaram um soldado israelense na Faixa de Gaza;

4) Israel reagiu buscando atingir os patrocinadores do Hamas na Síria;

5) A Síria ordenou que o Hizbollah atacasse Israel;

6) Israel retaliou.

Se examinarmos o nosso novo ponto 1, encontraremos muitos fatos interessantes. Por exemplo, enquanto se retirava de Gaza, Israel fez um inacreditável acordo com o Egito. Em 4 de setembro de 2005, a Associated Press publicou:

“Como parte de seu acordo com o Egito, Israel retirará suas tropas da estrada de patrulhamento da fronteira entre Gaza e Egito e 750 tropas egípcias serão dispostas ao longo da estrada para evitar o contrabando de armas para Gaza.

O ministro da defesa israelense disse no domingo que os egípcios começariam a tomar suas posições ao longo da fronteira próximos dias”.[3]

O Egito é um país que no passado iniciou guerras de extermínio contra Israel.[4] Mas ainda assim o governo israelense não vê problema em fazer do Egito o guardião da segurança israelense na fronteira Gaza-Egito após a retirada israelense de Gaza. Estaria o leitor de queixo no chão? Se não está, deveria.

Analisemos um pouco do contexto maior.

A Gaza pós-retirada israelense caiu inteiramente sob o controle de terroristas islâmicos voltados para o extermínio do povo judeu. Temos de um lado os terroristas da OLP, cujo cerne, o grupo Fatah, foi fundado por um dos mais ativos agentes da Solução Final de Hitler (é isto mesmo -- no caso de qualquer ceticismo a respeito, consulte a nota[5]); e temos do outro lado o Hamas, fundado pela Irmandade Muçulmana do Egito, uma organização que se aliou entusiasticamente aos nazistas na II Guerra Mundial. Em verdade, o fundador do Fatah/OLP (Hajj Amin al Husseini) era o intermediário entre a Irmandade Muçulmana (que deu à luz o Hamas) e os nazistas -- são todos a mesma coisa.[6] Ambos os grupos, Fatah/OLP e Hamas, possuem cartas de fundação e princípios voltados para a destruição de Israel através do extermínio do povo judeu,[7] e, apesar das aparências de rivalidade mútua, são profundamente interligados e cooperam um com o outro em todos os níveis.[8] Foi para estas pessoas que Gaza foi entregue de bandeja.

Mas isto ainda não é tudo. Segundo um estudo do Pentágono, Israel não pode sobreviver sem Gaza.[9] No jargão militar, a posse de Gaza é estratégica.

Pois bem, temos então o seguinte:

A) O governo do Estado judeu abriu mão de um território indispensável à sua própria segurança -- Gaza -- limpando-o etnicamente de judeus (tornando-o judenrein, como diziam os nazistas) e entregando-o de bandeja a organizações genocidas cujas raízes ideológicas remontam ao extermínio nazista cometido durante a II Guerra Mundial; daí...

B) o governo do Estado judeu pede ao Egito -- um país que no passado recente lançou guerras de extermínio contra os judeus -- que “se incumba de evitar o contrabando de armas para Gaza”, ou seja, pede ao Egito que pare de enviar armas à prole da Irmandade Muçulmana Egípcia em Gaza, o Hamas.

Como interpretar tais fatos?

Assim como fazemos para entender qualquer outra cadeia de fatos, é preciso propor uma teoria para explicá-los. Aqueles que defendem a idéia de que o governo israelense é patriota não nos apresentam uma boa teoria, já que ela resulta em uma série de absurdos (e os absurdos são justamente o que se busca evitar numa teoria). A hipótese que nós defendemos é a de que o governo de Israel se deixa corromper por aqueles que, mais uma vez, buscam destruir o povo e a cultura judaicos. Esta hipótese está em conformidade com os fatos, o que é sempre uma virtude quando se elabora uma hipótese.

A vantagem de nossa hipótese é que uma série de coisas que via de regra não fazem sentido começam então a fazer sentido.

Por exemplo, ao comentar o seqüestro do soldado Gilad Shalit, “o general Dan Halutz, chefe das Forças Armadas de Israel, disse, numa coletiva com a imprensa horas depois do ataque, que... ‘Não há dúvida que fomos pegos de surpresa’”.[10]

Ele fala de tal maneira que nos passa a impressão de haver requisitado uma investigação para determinar se ele mesmo foi pego de surpresa, e descobriu que de fato ele foi pego de surpresa, o que o leva a dizer que “não há dúvida” de que foi. Mas por quê? Por que teria sido pego de surpresa? Porque Dan Halutz não é capaz de antever que terroristas genocidas inspirados pela Solução Final nazista, uma vez controlando Gaza, se aliariam ao Egito para aumentar sua capacidade de fogo? Mas neste caso o “general Dan Halutz” não poderia ser “o chefe das Forças Armadas de Israel”, não é mesmo?

Ele naturalmente devia ser sumariamente demitido do cargo.

Mas, é claro, o general Dan Halutz não foi demitido, já que trabalha para o mesmo governo israelense que organizou e operou a retirada de Gaza. Na verdade, Halutz foi nomeado para o cargo de direção geral das Forças Armadas de Israel em 1 de junho de 2005, ou seja, bem no meio do processo de retirada, a partir de então por ele dirigido.[11] Halutz sempre se esforça para soar como linha-dura, o que deixa os patriotas israelenses felizes; mas na prática seus pronunciamentos ‘linha-dura’ parecem produzidos sob medida para servir de propaganda contra o Estado judeu, e seu comportamento resultou em graves perdas para a segurança israelense.

Uma vez que Halutz é um dos arquitetos da desintegração de Israel, o fato de que ele hoje contra-ataca o Hizbollah sugere que a recente provocação do Hizbollah representou terrorismo demasiado em tempo curto demais, o que coloca o atual governo corrupto de Israel -- que não pode ignorar totalmente a opinião pública israelense se quiser manter-se no poder -- num dilema. Testemunhamos então o governo de Israel fazer algo que alguns de nós imaginávamos que jamais faria de novo: contra-atacar os inimigos terroristas do Estado judeu. Isto tem diversas conseqüências que analisaremos ao longo desta série e que contribuem para atrasar o processo de destruição de Israel.

Mas de quem é a grande estratégia que agora encontra um obstáculo no meio do caminho? Quem é que corrompeu o governo de Israel?

De novo olhando para o passado, desta vez ainda um pouco mais atrás no tempo, atualizamos a seqüência dos eventos relevantes causalmente interligados:

1) Os Estados Unidos ordenaram ao governo de Israel que se retirasse de Gaza (e do norte da Samária, na Margem Ocidental) e entregasse esses territórios aos terroristas[12];

2) Israel se retirou de Gaza (e do norte da Samária);

3) Novos ataques terroristas contra Israel foram lançados de Gaza e vêm só aumentando em número desde então;

4) Os terroristas do Hamas raptaram um soldado israelense na Faixa de Gaza;

5) Israel reagiu buscando atingir os patrocinadores do Hamas na Síria;

6) A Síria ordenou que o Hizbollah atacasse Israel;

7) Israel retaliou.

Isto nos leva a crer que é a elite governante dos EUA que vem preparando a destruição de Israel. Ou pelo menos esta hipótese está em conformidade com a documentação que compilamos sobre um século de política externa norte-americana para com o povo judeu e depois seu Estado nacional.[13] (lembramos que o apoio sobre os fatos é sempre uma virtude na elaboração de uma hipótese)

No próximo artigo desta série, analisaremos a possibilidade de que a ânsia síria por puxar o gatilho esteja perturbando o que cremos ser uma estratégia cuidadosamente planejada pela elite governante dos EUA para destruir Israel.
 

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Footnotes and Further Reading
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[1] Standoff in north as Israel Syria raise alert level,  The Jerusalem Post, July 5, 2006, Wednesday, NEWS; Pg. 8, 372 words, Yaakov Katz Ap Contributed To This Report.

[2] “Analistas politicos e militares do Egito e de Israel disseram que os acontecimentos recentes parecem resultar de um relacionamento cada vez mais próximo entre o Hamas e o Hizbollah. Embora não haja evidência direta de ataques coordenados, alguns analistas disseram acreditar que os dois seqüestros fizeram parte de um plano que revela uma tendência de alguns anos do Hizbollah de ensinar seus métodos ao Hamas. ‘O que o Hizbollah fez hoje está ligado, a meu ver, à sua ligação com o Hamas’, disse o Dr. Wahid Abdel Meguid, vice-diretor do Centro Ahram de Estudos Políticos e Estratégicos no Egito. ‘o Hizbollah desenvolveu uma intensa relação com o Hamas, de cuja existência a maior prova é o papel desempenhado pelo Hizbollah no treinamento das fileiras do Hamas’”.

FONTE: Clashes Spread to Lebanon as Hezbollah Raids Israel, The New York Times, July 13, 2006 Thursday Correction Appended, Late Edition - Final, Section A; Column 6; Foreign Desk; TURMOIL IN THE MIDEAST: ESCALATION; Pg. 1, 1558 words, By GREG MYRE and STEVEN ERLANGER; Greg Myre reported from Jerusalem for this article, and Steven Erlanger from Gaza City. Hassan M. Fattah contributed reporting from Beirut, and Michael Slackman from Cairo., JERUSALEM, Thursday, July 13

[3] Palestinian leader hopes to resolve border crossing dispute 'very soon', Associated Press Worldstream, September 4, 2005 Sunday, INTERNATIONAL NEWS, 583 words, IBRAHIM BARZAK; Associated Press Writer, GAZA CITY, Gaza Strip.

[4] 1964-1967 -- Embora Israel tenha sofrido ataques terroristas de seus vizinhos ao longo destes anos, quando tais vizinhos iniciaram um ataque militar em larga escala, os EUA se recusaram a ajudar; retirado de “SÃO OS EUA UM ALIADO DE ISRAEL: Uma Análise Cronológica das Evidências”; Historical and Investigative Research; por Francisco Gil-White.
http://www.hirhome.com/israel/hirally.htm#1967

[5] A documentação mais completa sobre este tema pode ser lida em:

 “HOW DID THE ‘PALESTINIAN MOVEMENT’ EMERGE? The British sponsored it. Then the German Nazis, and the US.”; Historical and Investigative Research; 13 June 2006; by Francisco Gil-White.
http://www.hirhome.com/israel/pal_mov4.htm

Parte deste material foi publicada originalmente em:

 “Anti-Semitism, Misinformation, And The Whitewashing Of The Palestinian Leadership”; Israel National News; May 26, '03 / 24 Iyar 5763; by Francisco J. Gil-White
http://www.israelnationalnews.com/article.php3?id=2405

[6] “…à medida que os fascismos italiano e alemão buscavam firmar postos avançados no Oriente Médio nos anos 1930 e 1940 para impedir o crescente domínio britânico e francês na região, seguiu-se uma estreita colaboração entre agentes fascistas e líderes islâmicos. Durante a revolta árabe de 1936-39, o almirante Wilhelm Canaris, chefe da inteligência militar alemã, enviou agentes e dinheiro para dar apoio ao levante palestino contra os ingleses, o mesmo tendo feito o fundador e “supremo guia” da Irmandade Muçulmana, Hassan al-Banna. Haj Amin al-Husseini, o grande mufti de Jerusalém, tornou-se figura-chave na relação entre os fascistas e os islamistas, servindo de intermediário entre os nazistas e Al-Banna -- Al-Husseini mais tarde seria por acaso o mentor (a partir de 1946) de um inflamado jovem chamado Yasser Arafat”.

FONTE: Asia Times Online, 8 November 2002; Middle East; ‘Islamism, Fascism, and Terrorism,’ by Marc Erikson.
http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/DK08Ak03.html

Ao ler o artigo abaixo, o leitor notará que o Hamas se orgulha de seu inspirador nazista Hassan al-Banna, assim como notará que o Hamas se usa da mesma propaganda utilizada pelos alemães nazistas, o que proporcionará ao leitor uma idéia do universo do Hamas.

Comentário extra: o Islã e Israel: O novo anti-semitismo: um documento outrora usado pelos nazistas para estimular o ódio aos judeus, e há muito tempo revelado como fraudulento, é mais uma vez difundido, desta vez por estudiosos muçulmanos. David Aaronovitch os enfrentou, The Observer, June 22, 2003, Observer News Pages, Pg. 26, 1831 words, David Aaronovitch

[TEXTO DO OBSERVER:]

Conseguimos chegar a Abdel-aziz al-Rantisi umas duas semanas antes dos israelenses. Nosso táxi amarelo nos tinha levado a uma pequena rua sem nome na cidade de Gaza onde parou diante de um prédio cinza-escuro de quatro andares. Não havia decoração na portaria nem nos primeiros andares. Apenas uma escada com degraus de concreto, sem corrimão. Depois de um lance de escadas passamos por um quarto onde havia, em cima de uma poltrona ao lado de uma janela ensolarada, uma submetralhadora. O Sr. Rantisi se encontrava no quarto logo acima.

O líder do Hamas, um famoso linha-dura naquela organização de linha-duras, responderia, assim eu esperava, a uma pergunta específica. Por que havia, no artigo 32 da carta de fundação do Hamas, uma referência elogiosa a um documento, uma fraude anti-semita que datava do início do séc. XX, descrito por um historiador importante como ‘uma garantia de genocídio’?

Os Protocolos dos Sábios de Sião -- um suposto relatório de um encontro dos judeus mais importantes que visava uma conspiração para a dominação mundial -- foi forjado por um membro ultra-ortodoxo da polícia secreta do tzar, Sergei Nilus, por volta de 1903. No início da década de 1920, o documento forjado foi distribuído largamente pela Europa e América, e mais tarde ensinado nas escolas da Alemanha nazista. Hoje pode ser encontrado em qualquer website neo-nazista de sua redondeza. Trata-se do clássico do anti-semitismo da era do Holocausto, retratando os judeus como uma raça maquiavélica de conspiradores...

Ora, o que diabos estaria tal texto fazendo no manifesto de um movimento islâmico do séc. XXI? A carta de fundação do Hamas diz que ‘os sionistas’ querem uma Israel que se estenda do Cairo a Basra, e, daí, ao mundo todo. O ‘seu plano’, segundo o manifesto do Sr. Rantisi, pode ser consultado em Os Protocolos dos Sábios de Sião e sua conduta atual é a prova cabal do que dizemos’.

RANTISI É UM HOMEM SÉRIO e equilibrado (foi outrora pediatra [!]). Suas janelas são cobertas para evitar que o espiem e há um retrato de Hassan al-Banna -- o líder assassinado da Irmandade Muçulmana do Egito -- na parede. ‘Quando ouvi falar pela primeira vez deste documento [referindo-se aos Protocolos dos Sábios de Sião]’, disse Rantisi, ‘eu não queria acreditar, mas então vi o que acontecia na Palestina e percebi que era verdadeiro’. Esta foi sua resposta.

(...)

Há de fato muito o que temer aqui. A quantidade de literatura, jornalismo e programas televisivos anti-semitas nos países árabes é enorme. Mas os governos árabes mais sofisticados, embora tolerem tal coisa, entendem que é preciso mostrar uma cara mais normal para o mundo ocidental, com suas campanhas liberais anti-racistas. Eles simplesmente fazem pouco do problema ou o ignoram, mas não é fácil.

Quando nos deparamos com a coleção de anti-semitismos do mundo árabe pós-11 de setembro, o que mais choca é a estranha cena de vermos os jornalistas e políticos fuçando os esgotos políticos da velha Europa em busca de argumentos. Tomemos o exemplo do ‘libelo de sangue’. Trata-se da antiga história medieval de que os judeus raptavam cristãos para matarem-nos e usar o seu sangue em rituais arcaicos [clique aqui para uma breve perspectiva histórica do anti-semitismo]. Tivemos uma moda dessas histórias na Inglaterra nos séculos XII e XIII que resultou na morte de muitos judeus.

Ora, o que diabos estaria o libelo de sangue fazendo numa coluna do prestigioso jornal egípcio Al-Ahram, no livro de autoria de um ministro da defesa sírio e nos sermões transmitidos radiofonicamente de várias mesquitas palestinas? O libelo de que falam foi o caso de Damasco de 1840, em que alguns judeus (inclusive David Harari) ‘confessaram’ às autoridades otomanas -- sob tortura -- que teriam raptado um padre e roubado o seu sangue.

Outra característica generalizada no discurso árabe é a negação do Holocausto, porém por outras razões. Numa escola em Gaza, um professor de inglês, meia-idade, interrompeu minha entrevista com alguns de seus alunos para começar um ataque verbal contra os judeus. Não estavam eles por trás de todas as guerras? Não causaram problemas em todo lugar por onde passaram? Não trouxeram problemas até para os alemães? ‘Quando?’ perguntei. ‘Antes da época de Hitler’, respondeu o professor.

Alguns quarteirões mais adiante encontrei com o Dr. Musa Al-Zubut, chefe do comitê para a educação do Conselho Legislativo Palestino, que vinha tentando encontrar-se com seus colegas em Ramallah havia algumas semanas mas foi impedido por Israel. Ele explicava por que os livros de história no novo programa curricular palestino não continha nenhuma referência ao Holocausto. Zubut disse saber que o Holocausto tinha sido, ‘é claro’, exagerado. Não foi, segundo ele, nem 1% do que nós sofremos na Palestina’. E mesmo que todos os judeus tivessem sido mortos, o que isso tinha a ver com os palestinos?

Seria isto anti-semitismo? Ou uma profunda ignorância da história da Europa? Gaza é realmente ruim, mas somente em dois dias, em setembro de 1941, 34.000 judeus foram mortos em Babi Yar, próximo a Kiev, pelos Einsatzgruppen...

Em outras partes de Gaza, alguns dos mais inflamados imams pregam contra os judeus baseados, segundo eles, no próprio Corão. Uma ênfase relativamente recente em algumas passagens leva esses líderes religiosos a proclamar que os judeus são eternamente indignos de confiança desde o tempo do Profeta. Em maio passado, neste país mesmo, um pregador muçulmano de Stratford, zona leste de Londres, foi condenado por incitamento ao homicídio, baseado em parte num sermão gravado com o título ‘Não Há Paz com os Judeus’. Faisal dizia que suas idéias nada mais eram que as do Corão, o que, se verdadeiro, seria extremamente preocupante.

(...)

Encontrei em Cairo o cineasta Mounir Radhi. Dizendo-se anti-racista, seu último filme descrevia a relação de um muçulmano com um menino copta num subúrbio da capital egípcia. Seu próximo filme será sobre os acontecimentos em Damasco em 1840. Mas no filme de Radhi o libelo de sangue passava por uma estranha metamorfose. O padre Tomás era sim morto por David Harari, mas não para a coleta do sangue do padre. Em sua versão o padre é morto para que não fale de um complô sionista para levar os judeus de Damasco a Palestina.

Radhi, ao que tudo indica, é sincero, mas sua história não tem nem pé nem cabeça. O sionismo não existia em 1840, e tanto Damasco como a Palestina eram parte da mesma província otomana. Trata-se portanto apenas de uma versão moderna do libelo de sangue que se encaixe nos moldes políticos modernos, onde os judeus (desculpem, os sionistas) conspiram para roubar terras em vez de sangue. Radhi pode até ser um anti-racista, mas está perigosamente perto de ser um anti-semita.

Mas ainda assim o filme de Radhi é um alívio relativo, já que não retrata judeus loucos comendo matzot [pão ázimo usado na páscoa judaica] assadas com sangue, como acredita o ministro da defesa sírio. (...)

[FIM DO TEXTO DO OBSERVER]

[7] A Carta de fundação da OLP de 1968 apresenta os objetivos da OLP da seguinte maneira: o artigo 9 diz que “a luta armada é a única maneira de libertar a Palestina”. Vale a pena nos atermos a isto por um instante, pois a OLP poderia ter escrito a mesma coisa assim: “é preciso libertar a Palestina matando pessoas”. Matando quem? Aresposta é relativamente óbvia. O artigo 15 da carta de fundação da OLP diz que “é um dever nacional expulsar a invasão sionista imperialista da grande pátria árabe e extinguir a presença sionista na Palestina”, e o artigo 22 declara que “a libertação da Palestina liquidará a presença sionista e imperialista”. Em outras palavras, a OLP, cujo texto de fundação diz que a ‘Palestina’ só pode ser ‘libertada’ através da matança de pessoas, explica que seu objetivo é extinguir e liquidar -- ou seja, exterminar -- os “sionistas”. Não parece haver aqui uma coincidência perfeita entre a definição de ‘Palestina’ da OLP com ‘o território onde os judeus vivem’?

FONTE: The PLO Charter articles were translated by: The Associated Press, December 15, 1998, Tuesday, AM cycle, International News, 1070 words, Clinton meets with Netanyahu, Arafat, appeals for progress, By TERENCE HUNT, AP White House Correspondent, EREZ CROSSING, Gaza Strip.

O Hamas sempre pronuncia publicamente que pretende destruir Israel, mas para quem suas palavras faladas não bastam, consulte o artigo 32 da carta do Hamas. Tal artigo diz claramente que “abandonar a luta contra o sionismo constitui alta traição” (não se pode portanto negociar com os sionistas).
http://www.mideastweb.org/hamas.htm

O artigo abaixo cita e analisa as intenções genocidas do Hamas a partir do que seu porta-voz diz da retirada israelense de Gaza:

"Can Israel survive if it does not defend itself?: The Jewish people must come to grips with their radical opposition to self-defense"; Historical and Investigative Research; 13 Sep 2005; by Francisco Gil-White
http://www.hirhome.com/israel/defense.htm

[8] No artigo 27 da carta do Hamas, lê-se o seguinte:

“A Organização para a Libertação da Palestina é quem mais próximo está do coração do Movimento Islâmico de Resistência. Ela é o pai e o irmão, o parente e o amigo. O muçulmano não estranha seu pai, irmão, parente ou amigo. Nossa pátria é uma e a mesma, nossa situação é uma e a mesma, nosso destino é um e o mesmo e o inimigo é o mesmo para todos nós”.
http://www.mideastweb.org/hamas.htm

Para uma apreciação da cooperação próxima entre o Hamas e a OLP na matança tanto de árabes como de judeus, consulte:

1994 -- Yasser Arafat recebeu o Prêmio Nobel da Paz, e a CIA treinou a OLP, embora os comparsas de Arafat tenham dito em público, este ano mesmo, que usariam seu novo treinamento para oprimir árabes e matar judeus; retirado de “SÃO OS EUA UM ALIADO DE ISRAEL?: Uma Análise Cronológica das Evidências”; Historical and Investigative Research; por Francisco Gil-White.
http://www.hirhome.com/israel/hirally2.htm#1994

[9] The following piece discusses the Pentagon study in its political context, and links to the original document (to go directly to the Pentagon study, see below):

“1967 -- After the Six-Day War, the US put pressure on Israel to relinquish the territory gained, even though it knew it was indispensable to Israeli defense”; from “IS THE US AN ALLY OF ISRAEL: A Chronological look at the evidence”; Historical and Investigative Research; by Francisco Gil-White.
http://www.hirhome.com/israel/hirally.htm#1967b

< PENTAGON STUDY:

»» This Pentagon document was apparently declassified in 1979 but not published until 1984. It was published by the Journal of Palestine Studies:

"Memorandum for the Secretary of Defense"; Journal of Palestine Studies, Vol. 13, No. 2. (Winter, 1984), pp. 122-126.< This file is especially useful because it shows a map with the "minimum territory needed by Israel for defensive purposes"
http://www.hirhome.com/israel/pentagon.pdf

»» And by the Jewish Institute for National Security Affairs:
http://www.jinsa.org/articles/print.html?documentid=496

»» And as an appendix in:

Netanyahu, B. 2000. A durable peace: Israel and its place among the nations, 2 edition. New York: Warner Books. (APPENDIX: The Pentagon Plan, June 29, 1967; pp.433-437)

[10] Palestinians Use Tunnel To Attack Israeli Post; 2 Soldiers Killed, One Kidnapped in Raid at Gaza Border,  The Washington Post, June 26, 2006 Monday,  Final Edition, A Section; A16, 1188 words, Scott Wilson, Washington Post Foreign Service, JERUSALEM June 25 

[11] Dan Halutz | From Wikipedia, the free encyclopedia.
http://en.wikipedia.org/wiki/Dan_Halutz

[12] Os dois artigos abaixo contêm material importante sobre o papel dos EUA na retirada de Gaza:

1) 2005 -- Mahmoud Abbas, que em breve terá total controle sobre Gaza, foi o idealizador da estratégia de falar de ‘paz’ para melhor matar israelenses. A elite governante dos EUA adora Mahmoud Abbas; retirado de “SÃO OS EUA UM ALIADO DE ISRAEL?: Uma Análise Cronológica das Evidências”; Historical and Investigative Research; por Francisco Gil-White.
http://www.hirhome.com/israel/hirally2.htm#2005

2) "The Present As History: The Great ‘Unilateral Disengagement’ Swindle and What it Tells about US-Israeli Relations"; Emperor's Clothes; 18 July 2006; by Samantha Criscione.
http://emperors-clothes.com/israel/disengage.htm

[13] “SÃO OS EUA UM ALIADO DE ISRAEL?: Uma Análise Cronológica das Evidências”; Historical and Investigative Research; por Francisco Gil-White.
http://www.hirhome.com/israel/hirally.htm
 


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ISRAEL EM GUERRA

Uma série do HIR
 


< Quem Atacou Israel?

< O que é o Hizbollah?

< O que causou esta guerra?

< Compreendendo a posição dos EUA | 1

< Compreendendo a posição dos EUA | 2

< A reação árabe e o que ela significa

< Quem está matando os civis libaneses? | 1

< Quem está matando os civis libaneses? | 2

< What is wrong with the media? | 1

< What is wrong with the media? | 2


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

With HIR content, you don't have to believe what you read.

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